Era uma vez um alpinista que em sua subida pela montanha se viu sozinho, após ter perdido todos os seus companheiros de jornada.
O frio e o gelo lhe cortavam, não somente as mãos, que bravamente tentavam segurar a corda que o ajudaria a chegar até o topo, mas também a alma, diante da real possibilidade de sua morte.
À medida que olhava para cima e suas lágrimas se congelavam, ele conversava com Deus e pedia: Livrai-me Pai desta morte horrível, sozinho e fracassado a alguns passos de alcançar o meu propósito!
Estou aqui me esforçando, não vou desistir! Eu te prometo chegar lá. E vou cumprir. Eu tenho fé de que não me abandonarás.
E, então, ele ouviu dentro de sua cabeça: “corte a corda”. “Use sua faca e corte a corda”.
E ele não entendeu o porquê de cortar a corda, pois isto seria o seu fim efetivamente. Cairia daquele penhasco e morreria sem cumprir o que a Ele prometeu.
Entendeu aquilo como um delírio, pois só poderia ser loucura sua. Quem sabe o medo e o frio estavam lhe provocando aqueles pensamentos estranhos e sem sentido. Aquela voz não lhe parecia real.
E por isto ele continuava suas preces: Deus, por favor não me abandone! Sou seu fiel servidor.
E novamente, a voz em sua cabeça repetiu: “corte a corda”. “Use a sua faca e corte a corda”. E ele, então, chorava mais ainda, pois se sentia perdido e louco, perseguido por aquela voz que lhe incitava ao suicídio.
E lá permaneceu, segurando firmemente a sua corda, chorando e rezando, enquanto o frio gelado lhe matava aos poucos.
Tempos depois, quando a guarda da montanha buscava por ele, tendo em vista seu desaparecimento, lá o encontrou congelado e preso à sua corda, a um metro de um pequeno planalto.
O medo de morrer lhe tirou a vida porque ele não conseguiu distinguir a Voz Divina da voz do seu ego fragilizado e inseguro.
Sua corda representava suas crenças e convicções que o mantinham preso ao medo da morte, como se a vida fosse aquela que nossa consciência pensa viver, encarnada em um corpo.
Li esta história que parafraseei, há muitos anos e nunca mais esqueci. Quantas vezes tememos cortar a corda por medo de “morrer” e acabamos trocando “vida” pelo apego ao que justamente nos leva à morte de nossos sonhos e aspirações?
Que sejamos capazes de aceitar a morte em vida, desapegando do que verdadeiramente não controlamos, para não esperar morrer e aprender em outra vida o que viemos fazer nesta.
Honremos a luz que nos ilumina e sejamos humildes para ouvir a mente que nos ensina a viver em vez de morrer.
O seu Mapa Astral identifica a montanha que você veio escalar nesta vida. Ele é a sua ferramenta de navegação para não se perder no caminho.