Você já parou para pensar que a vida é como uma imensa lavoura? Cíclica e com todas as estações influindo nela?
Agora repara no que acontece quando vivemos em nós cada uma das suas fases. Primavera, verão, outono e inverno.
Tem dias que somos inverno. Estamos fechados, cabisbaixos, reflexivos e sem muita vontade de prosa. Outros, no entanto, parecemos o pico do verão, energizados, inflamados, prontos para escalar montanhas. O que importa mesmo é o desafio, sair e conquistar. Outras épocas são de outono, energia amena, algumas folhas caem, nossa pele se resseca, esfoliamos porque precisamos nos renovar. E como é bom quando somos primavera, floridos, bonitos e alegres, levando sorrisos por onde passamos.
Imagina agora que você num único dia pode viver todas as estações e o quanto isto resulta de positivo e negativo nos vários ambientes que você circula.
Agora, porque será que tem dias que a gente trava? Quando dá aquela sensação que o tempo parou, que as coisas não fluem, e você não vê com clareza como ficará o tempo, onde as estações se misturam e você pensa: o que eu faço da vida hoje?
E assim é em algumas fases, em que estamos vivendo uma mudança de ciclo. Onde entre um dia e outro, existe um período de nada. Nada acontece. E a sensação do nada é como a do vazio, do vácuo, do silêncio ensurdecedor dos nossos momentos de transformação mais profunda. São nesses momentos, que a vida parece que para. O dia parece que não acaba, apenas se mistura com a noite presa em seu turbilhão de pensamentos.
Você certamente está esperando que eu te diga o que fazer nesta hora.
E bem que eu gostaria de ter a receita para te passar, mas só posso dizer que tem épocas em nossa vida que o que temos a fazer é só mesmo parar e semear.
Talvez seja por isso que a gente trava, porque é importante parar e reconhecer a mudança do ciclo, respeitar a sua natureza e perguntar ao mestre interior, o que será melhor plantar para a próxima estação. E assim, preparar e arar a terra, extirpar as ervas daninhas, adubar e hidratar as sementes até que floresçam. Infelizmente, este período é invisível aos olhos físicos e só aqueles que conhecem a força da esperança poderão fazer essa transição porque confiam na qualidade da sua semente. Agora, de uma coisa eu estou certa, semeando dá. Basta saber o que se quer colher.