Carma é um vazio que precisa ser preenchido com a experiência. A experiência de saber quem você é.
Na teia das relações humanas, a alma busca curar-se deste vazio projetando no mundo dos espelhos o que está dentro dela para que se veja e se transforme.
Para preencher o vazio, criamos muitos cenários capazes de dar vida aos papéis que precisamos experimentar. E reconhecer quem você realmente é neste palco, é fundamental para esgotar o carma com os atores que se entrelaçam com você em sua história. Vamos a um exemplo prático?
Pense em uma situação difícil com uma pessoa que você gostaria imensamente de resolver.
Alguém que tira você do sério, com quem o seu lado sombrio aparece e você acaba sentindo, pensando e fazendo coisas que não gostaria. Quando você fica com raiva e tem vontade de chutar o pau da barraca e não consegue porque é retido pela culpa e pelo medo inconsciente de que – se fizer isto – morrerá no fogo dos infernos. Pensou?
Agora senta, procura um ponto de equilíbrio e conforto para a sua coluna, feche os olhos e respire. Se puder, coloque uma música para ancorar você no exercício. Respire fundo e só se concentre nisto: Respirar! Sinta a sua respiração, foque no ar que entra pelas narinas e desce para o pulmão. Sente o friozinho e preste atenção no ponto que você mais sente o ar passando.
Entenda que a única maneira de acalmar a mente é respirando e, por isso, deixe ir a raiva, os pensamentos que voltam e respire! Não julgue o que você sente. Apenas respire! Fique assim até que seu corpo perceba que você está realmente intencionado a mudar o padrão emocional e o comportamento em relação à pessoa envolvida no problema. Você perceberá que a sua mente vai querer tagarelar e tirar você do foco do exercício, mas continue firme no seu propósito de ampliar a percepção de quem você realmente é.
Ainda de olhos fechados, procure assumir 100% da responsabilidade pelo que acontece, mesmo que você ache que “a culpa” é do outro, foque em você. Entenda que você é totalmente impotente para mudar o que a outra pessoa pensa, sente, ou faz, mas que você é plenamente capaz de fazer isso com você mesmo!
Assuma o único controle que você pode assumir, o de si mesmo.
Neste ponto, faça-se a seguinte pergunta: Qual é a experiência que este carma está lhe trazendo como aprendizagem? Qual é o vazio emocional que ele quer preencher? Não julgue os seus pensamentos e retenha-se no seu sentimento. Porque aqui é que você poderá descobrir que a situação indesejada só se mantinha por uma necessidade sua de reconhecer que os elos só estavam sendo presos pelo seu próprio apego.
Liberte essa pessoa de ter que ficar representando uma realidade que você, de fato, não quer mais e seja uma pessoa livre do ataque de nervos, medo e culpa que não quer mais como padrão de comportamento seu, agora consciente para você.
Quando trazemos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos inconsciente para a luz, não precisamos mais de atores coadjuvantes para encená-los e passamos a ser o protagonista de nossas histórias.
Feche o exercício preenchido de amor e gratidão por aquela pessoa ter lhe prestado tão generoso serviço. Permita que o seu campo de visão seja inundado de luz que finalmente preencherá o vazio da sua alma e de todas as outras que cruzarem o seu caminho de crescimento espiritual.