Você anda cansado, sente como se fosse uma mangueira furada? Sem energia e querendo dormir para acordar só depois que o furacão da sua vida tiver passado?
Então…
Um grande desafio para a consciência encarnada é evitar o julgamento, sair das polêmicas e vencer a vontade de justificar os acontecimentos. Parece aquela coisa: você dá um boi para não entrar numa discussão, mas de repente, está dando uma boiada para não sair.
Gastamos uma imensa energia tentando buscar o preenchimento de nossas carências de aceitação e reconhecimento, enquanto vivemos identificados com o ego, que sempre quer ter razão.
O fato é que nós resistimos a tudo na vida! Resistimos à dor, resistimos a mudanças, resistimos aos lamentos alheios, e se você pensar bem, resistimos até ao amor. Estamos o tempo todo querendo justificar os acontecimentos externos, ou tremendamente incomodados com eles. O medo parece ser o companheiro nosso de todos os dias, aterrorizados que estamos com o sofrimento no mundo.
Agora, se a gente entender que a humanidade é a soma de todos nós, e que o mundo é um reflexo do interior de cada um, tem alguma coisa que não encaixa, então. Porque eu não sei você, mas eu sou normal! (risos)
A verdade é que o nosso sofrimento vem da nossa profunda identificação com aquilo que desejamos. Entendemos que seremos felizes quando conseguirmos morar em um lugar melhor, longe do barulho, dos assaltos, das interferências alheias, quando tivermos dinheiro para pagar as contas sem medo de que vai faltar, identificados com nosso trabalho, nosso status social, família e relacionamentos, conhecimento, conquistas e realizações bem sucedidas, entre outras coisas. No entanto, se formos considerar os estudos atuais sobre o funcionamento do nosso cérebro, sobre os fundamentos das energias e das leis presentes no universo, nas pesquisas sobre a influência dos pensamentos e sentimentos sobre nossas atitudes, entramos em choque com o fato que eles todos mostram que esses problemas que vemos fora, na verdade, são reflexos de nós mesmos!
Assustador? Então, onde foi que nos perdemos se entendemos que o mundo está perdido?
Sim! Parece que este é realmente o maior desafio de nossas vidas! Achar o plug da tomada e reconectar com nossa fonte! Restabelecer o contato com nossa essência, que em verdade, é aonde mora o amor que a gente tanto clama pela falta. Mas, como é que fica se não compreendemos isto e esperamos que o mundo encha o nosso tanque de amor, se é o nosso próprio cano que está furado?
Ahh, se ao invés de resistir, a gente acordasse deste sono, ou melhor pesadelo, para sair do piloto automático e usar as experiências que a vida traz, para ver se a gente acorda e se transforma, mas a gente resiste!
A impressão que dá é que somos todos masoquistas e adoramos essa identificação com o sofrimento. Pelo menos eu, sinto assim. E quando percebi isto, no primeiro momento resisti ☹, sofri, chorei e morri por dentro. Porque esta morte é parte do nosso processo de renascimento.
Eckhart Tolle tem uma frase que absolutamente me representa: “Morte significa um despojar-se de tudo o que não é você. O segredo da vida é “morrer antes que você morra” – e descobrir que não existe morte.”
Já faz alguns muitos anos que eu adotei como regra, a minha auto-observação. Não foi confortável sentir na pele, que cansaço e vazio é falta de amor. E pior, falta de amor próprio. Por isso, eu sugiro que você reflita. Se alguém não consegue amar nem a si mesmo, como vai conseguir expressar amor e compaixão com os erros dos outros? Melhor justificar com o cansaço, o saco cheio da vida, do sistema, do governo, da cidade, dos políticos, das segregações religiosas, ou de opção sexual, e por aí vai.
Só que é duro, né? Esta é uma tarefa que exige dedicação integral e diária. Cada dia é dia de morrer e nascer de novo e isso definitivamente não é fácil até que se consiga atingir nossa iluminação. A dor da transformação pode ser violenta para a consciência que não acordou. O sono da ignorância, da falta de autoconhecimento, vira pesadelo cotidiano. A sensação que dá, é que somos uma legião de sonâmbulos em busca de alguém que nos livre de dar com a cara na parede, mas nem a consciência disto nós temos.
O desafio é este, sair do sonambulismo mental, do domínio da forma e das armadilhas ardilosas do nosso ego. Porque pode ter certeza, que onde há dor, há ego. Quem sofre com tudo o que vemos no mundo é o ego. Quem acusa em nome da justiça, é o ego, quem acumula mágoa, rancor e ódio do mundo são os egos.
Opa, peraí. Agora complicou! Além do meu, tem o ego do outro? Que juntando todos gera um montão de energia negativa vazando para o mundo e contaminando ainda mais o inconsciente coletivo? Caramba, então sou eu que estou também criando o horror na Síria? Sou eu que estou segregando os povos em nome da religião e tudo o mais?
Sim! Somos nós! Cada um de nós que não desperta para a necessidade de cuidar da sua própria mangueira furada, é uma alma penada andando pelo mundo, espalhando sofrimento, em nome do ego.
Mas caramba, este tal de ego não serve para nada?
Serve, sim! Para não nos deixar sair pelados na rua ou ficar torrados debaixo do sol. (risos). Brincadeiras à parte, o ego tem um papel importante como administrador da mente, porque é ele que nos ajuda a perceber a vida pelos órgãos do sentido, é ele que recebe e distribui as informações que nos interessam para que possamos cumprir nosso papel na matéria. Entretanto, ele não é o dono da casa! Ele é só o mordomo. A nossa verdadeira essência é quem nos guia, o problema é que nós vivemos imersos na inconsciência diária de nossas escolhas. Mas o universo tem a lei da ação e reação que nos dá todo o poder de exercer o nosso livre arbítrio. Agora, se estamos inconscientes de nossa escolha, ele vai respeitar do mesmo jeito.
Por isso, eu pergunto: resistir por que? Se o medo que nos aflige não é real, e sim criação das ilusões de poder do mordomo?
Todavia, será que é realmente possível transcender esta matéria que parece tão palpável? Será que é possível olhar além, com os olhos do nosso divido amor, para entender – finalmente – que só enxergamos o que queremos ver e não o que é real?
Bom, agora danou-se, porque o que é real e o que é realidade? Se cada um carrega o seu próprio mundo nas costas, como é que eu posso entender o mundo que o outro carrega nas costas dele? O que é real para mim, será que é real para ele?
E a resposta, é: não! Nossa mente é do tamanho do universo e capaz de criar infinitos mundos baseada na percepção do ego, mas se a gente já entendeu que o ego é medroso, será que ele vai querer compartilhar seu mundo com o outro? Claro que não, né? Ele vai mais é querer preservar a parte dele, o mundo que ele criou com tanta dedicação.
Mas como assim? Quem criou o mundo não foi Deus?
Bom, agora você sacou que o ego quer entrar no papel do criador? E que justamente por esta competição que ele travou com o divino, inventou a culpa e o medo que assola a humanidade? E como que a gente resolve isso? Devolvendo a Deus o que é de Deus? Mas quem é Deus? As religiões brigam justamente por isso. Cada uma tem o seu. Mas será que o divino criador, cuja base é o amor está feliz com o que as suas criaturas andam fazendo em nome Dele?
Então tem alguma coisa errada aí também. Deus não é o que pensamos que ele seja! Isto já dá pano pra muita manga, porque a ciência já se separou da religião lá atrás na idade média, justamente por esta disputa de poder. E enquanto isso, nós continuamos aqui, nascendo, morrendo, reencarnando e resistindo a mudar nossa visão de mundo. Se você não acredita em reencarnação, tudo bem, eu respeito, mas acho que também não teria lido este texto até aqui.
Só que algo de maravilhoso está acontecendo no planeta! Ele está evoluindo! Mas isto não passa na televisão, porque notícia boa não dá ibope. Lembra que falamos no começo?
A espiritualidade hoje é uma porta que foi aberta por um volume cada vez maior de consciências que estão acordando no mundo. E quando isto acontece, o ego morre satisfeito para redimido dar o poder à parte da nossa mente que se reconecta à nossa verdadeira identidade.
Descobrir isso é algo luminoso, sim! Porque é neste momento que você abre mão de querer ter razão e encontra a sua paz. É neste instante que você para de resistir aos chamados de “sinta o está dentro de você”. É quando você começa a amar verdadeiramente a oportunidade que você está tendo de viver, lapidar a alma e ser um espírito humano melhor, capaz de emanar energias positivas e transformar o seu entorno. Isto por sua vez modificará o campo eletromagnético da sua casa, do seu bairro, da sua cidade, irradiando tudo isso para o planeta.
E gente, isto não é novo! Tantos sábios já falaram isto antes. Quer mudar o mundo, comece por mudar a si mesmo. Então, porque a gente resiste?
E o meu convite com este texto é que você comece a praticar esta nova consciência e que você comece o seu dia com um sentimento positivo de gratidão no peito. Que você esteja alerta para perceber o que possa estar errado em você. Pois, tomar consciência do erro é o primeiro passo para transformar a sua realidade.
Não resista, transforme-se! E desfrute da sua paz interior e da alegria que dá quando compreendemos que nós podemos, SIM, fazer alguma coisa para gerar paz no mundo.